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A surpreendente descoberta do Homem Dragão, possível espécie humana desconhecida

Pesquisadores chineses descobriram um crânio antigo que pode pertencer a uma espécie humana completamente desconhecida
30/06/2021 O Sul

Pesquisadores chineses descobriram um crânio antigo que pode pertencer a uma espécie humana completamente desconhecida. A equipe envolvida na descoberta afirmou que é o parente evolutivo mais próximo de nós (Homo sapiens), entre espécies conhecidas de humanos antigos, como os Neandertais e o Homo erectus.

Apelidado de “Homem Dragão”, ele representa um grupo humano que viveu no Leste Asiático há pelo menos 146 mil anos. Ele foi encontrado em Harbin, no nordeste da China, em 1933, mas só chamou a atenção de cientistas mais recentemente. Uma análise do crânio foi publicada na revista científica The Innovation.

Um dos maiores especialistas do Reino Unido em evolução humana, o professor Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, integrou a equipe de pesquisa. “Em termos de fósseis nos últimos milhões de anos, este é um dos mais importantes já descobertos”, disse ele à BBC News.

“O que temos aqui é um ramo separado da humanidade que não está a caminho de se tornar Homo sapiens (nossa espécie), mas representa uma linhagem separada há muito tempo, que evoluiu na região por várias centenas de milhares de anos e eventualmente foi extinta.”

Os pesquisadores assinalam que a descoberta tem o potencial de reescrever a história da evolução humana. A análise deles sugere que o ‘Homem Dragão’ estaria mais intimamente relacionado ao Homo sapiens do que aos Neandertais.

Eles atribuíram o espécime a uma nova espécie: Homo longi, da palavra chinesa “long”, que significa dragão. “Encontramos nossa linhagem irmã há muito tempo perdida”, disse Xijun Ni, professor da Academia Chinesa de Ciências e da Universidade Hebei GEO em Shijiazhuang.

Ele falou à BBC News: “Disse ‘meu Deus!’. Não conseguia acreditar que estava tão bem preservada. Você consegue ver todos os detalhes. É um achado realmente incrível!”

O crânio é enorme em comparação com a média dos crânios pertencentes a outras espécies humanas. O tamanho de seu cérebro é comparável com os da nossa espécie. O ‘Homem Dragão’ tinha órbitas oculares grandes, quase quadradas, sobrancelhas grossas, boca larga e dentes grandes.

Segundo o professor Qiang Ji, da Universidade Hebei GEO, trata-se de um dos mais completos fósseis de crânio humano já descobertos. “É uma combinação de características primitivas e mais modernas, que se diferenciam de todas as outras espécies de humanos”, explicou o pesquisador.

Os cientistas acreditam que o Homem Dragão era forte e robusto. Mas pouco se sabe sobre como ele viveu, pois seu crânio foi retirado do local em que foi encontrado. Isso significa que atualmente não há contexto arqueológico, como ferramentas de pedra ou outros elementos de cultura.

O crânio teria sido descoberto em 1933 por um operário que ajudava a construir uma ponte no rio Songhua que atravessa Harbin, na província de Heilongjiang, que traduzido significa Rio do Dragão Negro – daí o nome do novo humano.

A cidade estava sob ocupação japonesa na época. Suspeitando de seu valor cultural, o trabalhador chinês o contrabandeou para casa, para mantê-lo fora do alcance dos ocupantes. Ele o escondeu no fundo de um poço de sua família, onde permaneceu por cerca de 80 anos. O homem contou à família sobre o crânio antes de morrer, e foi assim que acabou nas mãos de cientistas.

O Homem Dragão se junta a uma série de restos mortais humanos descobertos na China que se provaram difíceis de categorizar. Isso inclui restos mortais de Dali, Jinniushan, Hualongdong e a mandíbula de Xiahe do planalto tibetano.

Denisovanos ou algo totalmente diferente?

Tem havido um intenso debate sobre se esses restos representam exemplos primitivos de Homo sapiens, neandertais, um grupo humano chamado denisovanos ou algo totalmente diferente.

Os denisovanos foram identificados pela primeira vez a partir de DNA recuperado de um osso de dedo de 50 mil a 30 mil anos descoberto na caverna de Denisova, na Rússia.

Como os restos mortais associados a esta linhagem irmã dos Neandertais estavam incompletos, o grupo foi descrito como um “genoma em busca de um registro fóssil”.

A professora Marta Mirazon Lahr, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, sugeriu que o Homem Dragão era, na verdade, um denisovano.

“Os denisovanos são uma população fascinante e misteriosa do passado. Há uma sugestão (a partir de evidências de DNA) de que a mandíbula encontrada no planalto tibetano pode ser um denisovano”.

E um grupo que publicou recentemente detalhes de vestígios de Israel pertencentes a uma possível espécie precursora dos Neandertais disse acreditar que o Homem Dragão pode ser descendente de humanos que surgiram pela primeira vez na região do Levante, no Oriente Médio.

No entanto, os pesquisadores chineses afirmam que os fósseis difíceis de classificar do Leste Asiático representam a evolução gradual de uma nova espécie. O professor Ni tem uma resposta para aqueles que discordam dessa avaliação.

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