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"Messiah", nova série da Netflix, estreia sob polêmica

Série que estreou na plataforma de streaming mostra misterioso líder religioso surgido no Oriente Médio e perseguido pela CIA
02/01/2020 GaúchaZH

Um profeta que desafia o ressurgimento do Estado Islâmico na Síria, um tiroteio no sagrado Monte do Templo de Jerusalém e a possível chegada do Messias: antes de estrear, uma nova série do Netflix já provocava polêmica.

Messiah segue a história de um misterioso líder religioso que emerge no Oriente Médio e passa a ser perseguido no mundo inteiro pela CIA, a agência de inteligência norte-americana.

– Sim, a série é provocativa – diz o criador Michael Petroni. – Mas provocativo não é ofensivo.

Disponível deste ontem na plataforma de streaming, Messiah imagina como a sociedade moderna reagiria ao surgimento de uma figura religiosa desse tipo, que divulga sua mensagem rapidamente pelas redes sociais em um mundo afetado por fake news e ciclos de notícias intermináveis.

As ações transcorrem no Oriente Médio e nos Estados Unidos. Os personagens, como a obstinada agente da CIA interpretada por Michelle Monaghan, falam do inglês ao hebraico, passando pelo árabe, às vezes na mesma conversa.

O personagem central da série é interpretado pelo ator belga Mehdi Dehbi. Trata-se um messias genuíno, um nefasto agente político ou simplesmente um trapaceiro? São questões presentes no coração da trama. Petroni afirma que o thriller tem como como objetivo provocar um debate e uma perspectiva do “ponto de vista do outro”. 

– Esperamos muito barulho ao redor da série e muito debate. Espero que aconteça um debate – destaca, completando: – Não busca ofender nem julgar ninguém.

Cuidados


Uma campanha no site Change.org pediu o boicote à série, descrita como “propaganda maligna e anti-islâmica”, embora a produção não especifique a que religião pertence o enigmático líder, que os demais personagens chamam de Messias e Al-Masih, entre outros nomes. Petroni, que tem entre seus trabalhos o roteiro de A Menina que Roubava Livros (2013), admite que a Netflix ficou “nervosa” quando ele apresentou a ideia: 

– Era um conceito muito audacioso. Você lê o piloto e este cara vai marchar com 2 mil sírios palestinos através da fronteira de Israel.

A proposta também incluía a construção, com um custo considerável, de uma réplica em escala de parte do Monte do Templo, o local mais sagrado do judaísmo, incluindo o Domo da Rocha, de onde os muçulmanos acreditam que o profeta Maomé subiu ao céu.

Filmar no local sagrado nunca foi uma possibilidade, particularmente pela natureza violenta da cena que aparece no segundo episódio da série. As sequências do Oriente Médio foram rodadas na Jordânia e nos Estados Unidos, o que representou um desafio adicional.

Outras séries americanas, como Homeland, enfrentaram barreiras culturais e linguísticas, o que gerou críticas por sua representação da região e dos muçulmanos. Em Messiah, por exemplo, em cena filmada em Berlim, um comandante do Hezbollah escolta a protagonista por um suposto campo de refugiados sírios, no qual alguém pichou em árabe a frase ‘Homeland é racista”.

O primeiro trailer de Messiah, divulgado no início do dezembro, foi ridicularizado por espectadores muçulmanos, que destacaram que o nome Al-Masih é utilizado na teologia islâmica por Dajjal, um falso profeta comparável ao Anticristo. A Netflix rapidamente respondeu que este “não é o nome do personagem” e que os detalhes da trama permaneciam sob embargo.

Petroni, um australiano cujo pai foi criado no Egito, não fala árabe, assim como os diretores da série, o que exigiu a contratação de uma equipe experiente e confiável de tradutores e professores de dialetos.

– Fomos muito cuidadosos – garante.

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